Brasil incentiva energia renovável em nova política Industrial.
O Brasil está mapeando oportunidades de fortalecer sua cadeia fornecedora do setor de energias renováveis. Em um passo que visa estimular a reindustrialização nacional e também projetar o país como protagonista na transição energética mundial, disse à Reuters um secretário do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Os trabalhos, que fazem parte da proposta de uma nova política industrial do país, vão ao encontro de demandas da indústria. Que vê a possibilidade de o Brasil se tornar um “hub” exportador de tecnologia para a transição energética, e ao mesmo tempo reduzir sua dependência de importações, segundo executivos consultados.
A fonte solar fotovoltaica,
Que cresce rapidamente no país, é um dos principais focos do eixo “energia e descarbonização” do plano em gestação, disse Uallace Moreira, secretário de Desenvolvimento Industrial.
Segundo ele, o governo está estudando toda a cadeia solar para identificar oportunidades, tanto no upstream, como fabricação de módulos e inversores solares, quanto no downstream, como serviços de engenharia e operação e manutenção.
“O grande desafio agora é avaliar onde o Brasil tem capacidade já construída e que pode ser fortalecida, adensada, e onde pode entrar, principalmente fazendo parcerias tecnológicas com países que já têm alguma expertise, principalmente no desenvolvimento de peças e componentes para energia solar”, afirmou Moreira, em conversa com a Reuters.
O Brasil tem fabricação local de parte dos equipamentos utilizados na geração de energia solar, que já alcançou o posto de segunda maior fonte da matriz elétrica nacional, mas os painéis — principal componente dos sistemas — são majoritariamente importados da China.
A China domina o mercado mundial de módulos solares, situação que já suscitou alertas da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) e levou Europa e Estados Unidos a montarem planos para incentivar fabricação própria e reduzir a dependência de importações.
O Brasil pode seguir nessa mesma direção,
A depender do que for definido na política industrial. Empresas como a italiana Enel estão expandindo sua produção de módulos solares mundialmente e já indicaram interesse em trazer fábrica ao Brasil, caso as condições para produção se mostrem favoráveis.
Um passo importante já foi dado com a reedição do Padis, programa de incentivo fiscal a semicondutores. Em março, o governo emitiu decreto incluindo no Padis peças e equipamentos usados na fabricação de painéis solares, garantindo redução de impostos sobre matérias-primas como chapas e tiras de cobre e vidro temperado.
Moreira ressaltou que, no caso de desenvolvimento de novas tecnologias, a proximidade de relações do Brasil com a China é um diferencial. Também lembrou que, na última visita do presidente Lula ao país, foram assinados vários memorandos para parcerias com empresas e entidades chinesas.
Na visão do vice-presidente sênior da Siemens Energy para a América Latina, André Clark, o Brasil tem a oportunidade de se projetar em energia como fez no passado com a indústria aeronáutica, em uma política que incentivou o desenvolvimento de produtos altamente tecnológicos.
Clark ressaltou, porém, a importância de que essa reindustrialização venha atrelada à reforma tributária.
“Qualquer política industrial nasce frágil, ela depende de o investimento acontecer e os mercados comprarem. Não pode nascer uma planta frágil no mundo adverso dos nossos impostos e de ‘framing’ dos gastos públicos”, ponderou.
Já a associação de energia solar Absolar aponta que será necessário garantir demanda para que fabricantes, como os de módulos solares, realmente decidam se instalar no Brasil.
“O governo pode usar o poder de compra do Estado para comprar produtos fotovoltaicos feitos no Brasil, para colocar energia solar em prédios públicos, escolas, hospitais”, notou o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia.
Segundo ele, o governo poderia, conceder algum tipo de incentivo a quem adquirir equipamentos de procedência nacional em programas como o Minha Casa, Minha Vida. Assim como aqueles voltados à universalização de energia e a soluções de descarbonização na Amazônia.
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